8 de abr. de 2012

Palavras, palavras, palavras


As coisas mais enredadas são as mais vãs e
Sagradas no santuário da nossa calma.
São o descontentamento do homem que luta
Dizendo sempre palavras, palavras, palavras.

Da quietude não encontra nada, e olha que ele lá procura,
Vendo apenas uma ferida que não sara nem cura com nada 
O drama que se lhe apresenta como qual tragédia clássica
E que catástrofes enfrenta com uma coragem danada.

O herói desarmando vai lá enxotando as pedras, coitado
Ninguém lhe pega vontade de ir pra guerra.
Olhando caído e morto no campo que enfim ali jaz
Saltam lágrimas salgadas que o homem satisfaz

Com toda a dor carregada da terra que o matou
Gritando por todo o lado palavras, palavras, palavras.
Arre, que o homem persiste na morte ou na vida
Não desiste. Fica soturno e triste depois de estar acabado.

Da antiga que já se foi volta a abrir a mesma ferida
E o homem como bandido cospe o sangue vermelho e frio.
Baixando a cabeça no silêncio que se aproxima, 
Vieram as últimas palavras do homem
Foram desculpas, desculpas, desculpas.

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