5 de jan. de 2012

Encontramo-nos no ir além.

Às vezes por alguma razão ando sem saber aonde. Não tenho destino, não tenho bússola, não tenho vento que me empurre, simplesmente ando ali oscilando. De repente tudo pára tudo se detém num segundo e é como se fosse uma vida inteira, lembramo-nos de alguém que um dia, muito atrás, nos fez sorrir. Do nada começamos a correr em direcção a uma luz distante e desgastante.
Cheguei. Já estou cá dentro. Não posso fugir, não posso mexer-me, não posso respirar e custa tudo quanto os meus ombros carregam, apercebo-me: já não dá mais. Tornamo-nos velhos, queixamo-nos de tudo e de todos e até os espelhos mudaram - já não reflectem aquela imagem lúcida da qual éramos feitos. A nossa aparência ficou ali, em outro lugar, em outro rio que desliza agora com o caudal mais fraco pois a montanha, já não é a mesma. 
Acho que vou ficar aqui. Vou fechar os olhos. Pronto, já os fechei.

...respiro, afinal acordei! Não passava tudo de um sonho.

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