9 de ago. de 2011

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Não sei se ainda estas cá para leres isto, não sei quando partes deste mundo, não sei como te tens sentido. Não tenho coragem de te ver, não tenho coragem de te apertar a mão e dizer que no fim vais ficar bem. Nunca gostei de mentir e sei que se o fizesse tu irias perceber. Afinal, tenho uma vida a teu lado, és a avo querida, a tia fantástica e a mulher a quem não deveria acontecer uma coisa destas, és o exemplo vivo de que o mal só acontece aqueles que fazem o bem e que pode acontecer com qualquer um.
Não desabafo com ninguém, é outra coisa que nunca soube, mas tenho que ser forte, como sempre fui, ou como sempre me acharam. Mas nem sempre é assim, mas penso sempre que no dia em que desistir, vai ser o dia em que tu vais desistir também, então vou a luta. Ouço os outros a chorarem por ti, e mantenho-me firme. Ouço-te, vejo-te a dar tudo o que tens e mantenho-me firme, mantenho-me firme porque é isso que esperam de mim, que consiga ser fria e que consiga olhar para ti da mesma maneira que olhava a cerca de 6meses quando foi diagnosticado, quando havia esperança. A verdade é que não consigo, mas mantenho-me firme, porque enquanto estiver, tudo o que me rodeia também estará, as famílias são mesmo assim.
Hoje, espero pelo dia de amanhã, espero que ainda estejas aqui e que seja um dia melhor, mas se não estiveres, prometo manter-me forte e espero um dia ser uma guerreira como tu!

2 comentários:

Mariana disse...

bem ritinha, que texto tão forte :x
mantém-te firme por ela, porque ela precisa de ti e é na tua força, no teu sorriso que ela encontra mais um motivo para lutar! mas não guardes tudo para ti, isso não te faz bem. desabafa com alguém, chora se precisares. não bloqueies as emoções*

Anônimo disse...

O mesmo digo: que texto forte e emocional. Ritinha, ainda bem que desabafas aqui.
muita força por ti e por ela.

Beijo ;)