7 de mar. de 2011

«Os Deuses do Rei Sol»

Já que andamos numa de curiosidades, aqui vai mais uma:
A minha avó, uma vez, contou-me da existência de umas múmias que tinham sido encontradas soterradas baixo gelo no perfeito estado em que morreram.
Passado algum tempo eu decidi pesquisar sobre o assunto que me tinha deixado tão impressionado.
E não é que existem mesmo? Em 1999 foram encontrados nos Andes, mais especificamente no topo do vulcão Llullaillaco (Argentina), três múmias, as quais se dizem ser as mais bem conservadas do mundo. Estas múmias revelaram muito mais do que aquilo que se esperava: eram três múmias de três miúdos -La Doncella, El Niño e La Niña del Rayo.

Consta que há mais de 500 anos, dado um certo ritual misterioso Inca, três crianças cederam as suas vidas em sacrifício e, desta feita, transformaram o vulcão a sua morada eterna e provavelmente a mais alta do mundo.


«El Niño, La Doncella e La Niña del Rayo» encontram-se em exibição no Museu de Arqueologia de Alta Montaña de Salta, Argentina, em vitrinas construídas para assemelharem as condições nas quais foram encontrados. A sala na qual estão é iluminada por uma luz muito baixa, para além de serem submetidas a baixa pressão e a uma temperatura inferior a 20 graus centígrados. Mas a lenda destas crianças cresce e faz estremecer quando é sabido que foram vítimas de um ritual, uma oferenda divina que os levou a serem cativos do vulcão numa tão tenra idade, parece ser que pela sua perfeição física, no lugar mais perto do sol: na alta montanha onde foram colocados para transformarem-se, quem sabe, em divindades protectoras.
«La Doncella» era uma mulher de uns quinze anos, com as pernas flexionadas, com os braços apoiados sobre o ventre e um cabelo comprido com pequenas tranças que seguia o costume de alguns povos andinos. O seu rosto, maquilhado com um pigmento vermelho. Devia ter sido uma "virgem do Sol", uma espécie de dama eleita para servir as divindades.

«La Niña del Rayo» tinha apenas seis anos. Foi encontrada sentada com as pernas dobradas e penteada com tranças pequenas que lhe saiam pela frente da testa. Como sinal de outro ritual de beleza, o seu crânio tinha sido moldado para obter uma forma de cone.
Pela outra parte, «El Niño» tinha como uns sete anos. Sentado com as pernas flexionadas sobre uma túnica cinzenta, com o rosto apoiado sobre os joelhos. Tinha cabelo curto, como informa o próprio museu de Salta na sua página web, ao estilo dos homens da elite Inca, e um toucado com plumas brancas.
Três imagens comoventes, representando o passado e o mistério da antiga América dos Incas. Três crianças que se transformaram em deuses em troca das suas ingénuas vidas e de uma forma terrível, porventura adormecidos com coca da qual se encontraram vestígios nas suas bocas. De feito, e devido a esta técnica há quem sustenha um mistério quase mágico: estas crianças e outras similares que foram encontradas em territórios Incas, não estariam mortas. Estariam preservadas num estado de congelação, de hibernação, adormecidos desde há centenas de anos e assassinados hoje pelos seus descobridores ao não tomar as necessárias medidas.
Esta fantástica teoria sobre uma possível hibernação talvez seja demasiado romântica e misteriosa, mas há quem esteja convencido dela. No entanto, para além das polémicas e dúvidas, a magia que levam consigo estas pequenas vítimas do passado, é evidente e nos faz sonhar.
Eis aqui mais imagens de «La Doncella»:


















6 comentários:

Eduarda disse...

sem duvida que é uma descoberta fantástica!! e o país é favoravelmente ideal (argentina)... E também temos de admitir que "AQUELA TERRA" é uma dádiva de deus ahahah.

silviafreitas. disse...

Expetacular :O

Marta Senra disse...

Que marco incrível!

Mariana disse...

fantástico :o

Anônimo disse...

é algo incrível :D

Susana Pinto disse...

As imagens estão mesmo incriveis, espectaculares !